terça-feira, 27 de maio de 2008

a grande catástrofe

No princípio era o Verbo. O verbo Ser. Conjugava-se apenas no infinito. Ser, e nada mais.
Intransitivo absoluto.
Isto foi no princípio. Depois transigiu, e muito. Em vários modos, tempos e pessoas. Ah, nem queiras saber o que são as pessoas: eu, tu, ele, nós, vós, eles...
Principalmente eles!
E, ante essa dispersão lamentável, essa verdadeira explosão do SER em seres, até hoje os anjos ingenuamente se interrogam por que motivo as referidas pessoas chamam a isso de CRIAÇÃO...

Mário Quintana

Um comentário:

carlos orellana disse...

Em relação ao verbo como metáfora da existência/criação divina e, posteriormente humana. Temos dois planos a ser analisados, o primeiro da consta que Deus como força criadora primeira de ações, tempo, espaço e ao mesmo tempo sujeito. Portanto, dentro do contexto lingüiistico a classe gramatical que tem todos estes atributos é o verbo. Pois os substantivos que dão origem à idéia de sujeito não existia na línguas semíticas. E os verbos apresentavam apenas dois tempos, ou seja, antes e depois dEle. Além de em suas origens, o hebraico dispunha de terminações específicas para indicar o caso dos nomes.